quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Respostas...

Bem... não demorou muito e recebi um e-mail da Sandra informando que meu pedido havia sido aceito, e que eu poderia passar por uma nova avaliação, e o mais importante... com outros técnicos.

Acho que foram uns dois meses de aguardo... fui tudo muito mais rápido... rápido mesmo...

Só sei que os novos técnicos eram maravilhosos, e eu já estava mais esperta... não falei muito... respondi o básico.

E depois de passar por umas 2 entrevistas, fiquei aguardando o retorno.

E finalmente saiu... com data 09 de Julho de 2013... estava habilitada.

E depois disso?

Simples...

Esperar... esperar pela tão sonhada ligação!

Harumi Kawakubo

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Apenas o hoje...

Você nunca terá esse mesmo dia novamente com seus filhos.

Amanhã eles estarão um pouco maiores que hoje.

O hoje é um presente.

Apenas respire, repare, estude seus pequenos rostinhos e pezinhos.

PRESTE ATENÇÃO!!!

Aproveite cada segundo do presente.

Aproveite o hoje, pois quando menos esperar ele será passado.


(retirado da internet)

Harumi Kawakubo

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Quinto passo - Perto do fim?

Foi aí que chegou a última entrevista. Óbvio que eu não sabia que era a última. Eu cheguei como das outras vezes... rezando para dar tudo certo... a entrevista foi marcada pouco antes da hora do almoço. Então eu saí super cedo de casa para a entrevista, iria comprar algo assim que a entrevista terminasse e depois correria para o trabalho, na época eu era multiplicadora, dava treinamento para novos funcionários.

Quando cheguei a psicóloga me chamou para a sala, com cara de poucos amigos misturada com sorriso sarcástico. Mal entrei e ela disse para eu sentar e ficar calada, pois eu já tinha falado o suficiente nas últimas entrevistas e que nessa eu iria ficar de boca fechada só escutando o que ela iria falar... bem desse jeito. Com todo ‘jeitinho’ que só alguém com simpatia aflorada poderia dizer.

Aí ela desatou a falar um monte de coisas do tipo: você é infantil, imatura, irresponsável... não tem noção do que significa ser mãe, já que não tem experiência nenhuma com a maternagem(palavra que, por sinal, ela gostava muito de falar) e a listagem de elogios seguiu-se... e eu fiquei só ouvindo... não só por ela ter dito para eu ficar calada... mas eu estava tão... sei lá... acho que assustada com o que ela falava... que não conseguia dizer nada. Eu não sei dizer quanto tempo de passou, mas o tempo todo era de ‘elogios’ a minha pessoa, focando sempre o quanto eu era irresponsável para ser mãe. Terminou dizendo que eu deveria me preparar mais, me entregou umas folhas com algumas informações sobre o processo de adoção, sugestões de livros e filmes sobre adoção... e antes de sair ‘recomendou’  que eu frequentasse um grupo de adoção... disse para ir até a outra sala pois a assistente social iria falar comigo e já estava me esperando.

Logo que eu entrei ela disse quem eu nem precisava sentar, pois ela seria rápida, pois estava muito ocupada. Disse que concordava com tudo o que a psicóloga havia dito(fiquei pensando como ela sabia o que ela havia dito... teriam combinado cada palavra, ou ela teria ficado atrás da porta ouvindo???)... e falou algo que me lembro perfeitamente: “você, visivelmente, nunca passou por nenhuma dificuldade na vida. É obvio que nunca passou por nenhum problema e nunca saberá lidar com os problemas que uma criança adotada terá, já que todos são problemáticos.”

Disse que elas iriam pensar em indicar uma reavaliação em aproximadamente 1 ano ou mais, mas que agora eu era incapaz de adotar. Que eu deveria aguardar que me avisariam quando o juiz decidisse, mas que não precisava ter esperanças, pois ele seguia o que elas colocassem no relatório.

Bem... como descrever o que ocorreu depois...

Sai de lá em silêncio... passei numa lanchonete e comprei uma esfiha de frango e fui para o trabalho.

Cheguei e pedi um minuto sozinha no laboratório(era o lugar onde o treinamento era dado). Tentando assimilar tudo... controlando a vontade de me atirar na frente de um caminhão e tentando entender o que eu havia feito de errado para aquelas mulheres... engolindo forçado a esfiha que não tinha gosto de nada...

Eu não queria contar para os meus pais ou para minha irmã naquele momento, só liguei para avisar que estava no serviço e que falava com eles depois... mas precisava falar com alguém sobre o ocorrido... então mandei um e-mail para Beth... é, porque falar era no sentido figurado... eu não conseguiria abrir a boca para falar do assunto... e se tentasse falar com ela por telefone, com certeza iria me derreter em lágrimas...

Escrevi um e-mail com tudo o que havia ocorrido no dia, e um pouco dos outros dias também...

Depois respirei fundo, organizei minhas coisas e abri a porta... tinham 28 pessoas aguardando o início do treinamento, que sempre começaram na hora certa e não seria naquele dia que seria diferente.

O retorno que eu tive da Beth é que ela falaria com a Sandra, e que pediria ajuda para resolver esse problema.

Mas a ajuda não saiu muito como o esperado. A Sandra falou com a psicóloga, e disse que ela teria que resolver isso... como dizer o que ocorreu depois...

 

Sábado de manhã, estou linda e sorridente penteando o Yagami, como fazia todos os dias, eis que recebo uma ligação. Resumindo a ligação... era a psicóloga, furiosa... falou que provavelmente eu tinha ficado com alguma dúvida e que eu deveria questionar ela, falei calmamente que não tinha ficado com dúvida nenhuma, aí ela ficou mais irritada. Disse que eu não tinha nada que ter ido reclamar para a Beth nem para a Sandra, que se eu tivesse alguma dúvida, deveria falar com ela, que ela tinha o destino da minha vida nas mãos dela, e que era apenas com ela que eu deveria falar e não reclamar com a Beth, Sandra ou mesmo o juiz...

 

Perguntei se ela tinha mais algo a falar e desliguei o telefone.

 

Acho que passou um bom tempo, e como não tive mais nenhum retorno, fui até o fórum para ver a quantas andava o processo, e não tive surpresa saber que elas tinham feito um relatório completamente negativo. Mesmo assim, fiquei muito chateada... queria chorar muito, mas estava com minha Mãe e minha Irmã, elas não mereciam isso... sempre estiveram ao meu lado, e novamente estavam sendo minha força.

Não vou dizer o que estava escrito no relatório, mas posso dizer que eu mesma, se tivesse que escolher, nunca daria uma criança para uma pessoa completamente louca, como elas haviam me descrito no relatório. Um relatório super estranho, falando coisas que não foram ditas.

Um rapaz muito gentil do fórum me disse que eu poderia acionar um advogado e pedir uma nova avaliação com técnicos diferentes, perguntei se era obrigatório ser por um advogado. Ele disse que não, disse que eu poderia escrever com calma e entregar depois, na hora disse que não queria esperar, tinha que fazer aquilo na hora, com a cabeça bem quente para não esquecer nenhum detalhe... então ele me deu uma folha e disse para que eu escrevesse a carta. E foi o que eu fiz... escrevi um texto gigante, com todos os detalhes do meu descontentamento, e e deixando bem claro que queria uma nova avaliação com técnicos diferentes, pois esses era desqualificados.

Ele incluiu minha carta no meu processo e disse que deveria aguardar a devolutiva do juiz.



Harumi Kawakubo

domingo, 11 de agosto de 2024

Dia dos Pais

E hoje é um super dia... ou um dia super... talvez devesse dizer que e o dia de uma pessoa super...

Super legal...

Super carinhosa...

Super gentil...

Super dorminhoco...

Super chato... é, porque nem tudo na vida é perfeito! ^-^


Hoje é o Dia dos Pais.

E o que dizer do meu Painho... meu Véio está cada dia mais véio... e cada dia amo mais....

Pelo pai incrível que ele é... pelo Avô maravilhoso que ele se tornou.

Só oro todos os dias para que ele esteja sempre comigo...


E para todos os que estão lendo, um Feliz Dia dos Pais!




Harumi Kawakubo

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Apenas você...


 

Harumi Kawakubo

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Quarto Passo – Não começando nada bem...

Bem... como eu iniciei esse tema há... bem... 2 anos... achei que seria mais que viável deixar aqui o link para o começo do tema, para quem quiser relembrar:

-> O Primeiro passo

-> Segundo Passo...

-> Terceiro Passo


Agora vamos seguir...


Bem... se preparem para um post gigante... ^-^

No último post sobre o processo de adoção eu falei que havia participado do curso obrigatório de preparação, e que para o próximo passo precisava esperar...

 

Aí se pergunta... porque esperar tanto em todas as fases... e a resposta é simples... estamos lidando com vidas e não brinquedos, então tudo deve ser feito com o maior cuidado possível... e segundo... não existe uma fábrica de bebês, que você programa o perfil do pretendente, aperta um botão e sai um “bebê fresquinho”.

Então... se espera muito... sim... mas é necessário... sempre se espera demais? Não... nem sempre... seu tempo é feito basicamente por dois itens: sua comarca e seu perfil...

 

Bem... voltando ao quarto passo... o início das entrevistas.

Teoricamente deveria ser a parte mais simples e tranquilo de todo o processo... para a maioria é... mas para mim... foi um caus.

Durante o período(e algum tempo depois dele), pensar em tudo era muito ruim... trazia uma sensação realmente desagradável... mas hoje... não sei explicar exatamente a sensação... mas com certeza não me faz mais mal...

 

Mas vou começar pelo começo.

Recebi a tão esperada ligação agendando a primeira entrevista no fórum. Deixaram bem claro que deveriam ir todos os moradores da casa: eu, minha irmã, meu pai e minha mãe. Aí apareceu um probleminha... o Yagami era pequeno, não ficava sozinho em casa. Nunca deixávamos ele sozinho, sempre que precisava sair, alguém ficava em casa. Aí demos um jeitinho. Eu fui com minha mãe e minha irmã, inventamos uma história e foi marcado para meu pai ir outro dia.

Parecia estar indo tudo relativamente bem, na primeira entrevista. Acho que estava tão empolgada que não percebi nada... só fui sincera 100% e respondia tudo o que era perguntado.

Quando o meu pai foi(dois dias depois) eu fui junto(logico), e também pareceu tudo tranquilo... mas notei umas perguntas mais ‘secas’, mas... quem não tem um dia ruim.

O que chamou atenção é que só a psicóloga fez entrevista, quando fui com meu pai. Quando fui com minha irmã e minha mãe, a assistente social estava... mas fez tudo muito rápido, pois estava ‘ocupada’. Com meu pai ela nem estava, pois ‘estava ocupada’ novamente...

Foram marcadas outras entrevistas... acho que mais umas 3... ou 4... só comigo... e em todas as vezes a assistente social estava ocupada... uma única vez ela estava quando cheguei, ela nem cumprimentou, disse que estava atrasada e me deixou falando sozinha...

Bem... não vou dizer que lembro 100% do que ocorreu em todas as entrevistas... mas lembro da sensação... de ser um ‘nada’ gigante. O olhar de pouco caso em todas as vezes e durante toda a conversa... agora pensando... acho que na primeira entrevista estava realmente enfeitiçada pela ansiedade, pois não lembrava desse olhar, mas lembro perfeitamente dele nas outras entrevistas. Lembro de todas as vezes, após as entrevistas, rezar muito para minha impressão ser errada...

Como disse, não lembro o que foi dito exatamente em cada entrevista, mas lembro de coisas numa forma geral... as coisas que eram ditas pela psicóloga. Ela questionou por eu não ter um namorado, por eu ter tido poucos namorados “sérios”(2)... questionou coisas extremamente íntimas do tipo, quantas vezes eu tinha relações sexuais com meus namorados e como era...(quase perguntei se ela era sexóloga ao invés de psicóloga) se eu tinha relações fora dos relacionamentos... sempre criticando eu não ter ‘alguém’(mesmo que fosse uma mulher, como ela mesma disse, “pois não era preconceituosa”).

Também questionava muito o porquê de eu estar adotando, se não havia nenhum motivo clinico que impedisse de gerar uma criança. Que o ‘normal’  era tentar-se inúmeras vezes gerar um filho para só então optar pela adoção... e aqueles tipos de comentários que escuta-se de pessoas desinformadas/maldosas... o problema é que foi dito por uma psicóloga da área.

Quando ela questionou que tipo de imagem masculina eu poderia passar para a criança, pois estaria adotando sozinha(e mais uma vez ela soltou um “se estivesse com alguém, pois nesse ‘tipo de relacionamento’ um sempre assume a imagem masculina), eu disse que meu pai seria a melhor referencias possível... sempre foi uma referência perfeita para mim, e porque não seria para meu filho(a)? Aí ela soltou um “avós não servem para nada. Só para dar doces antes da refeição e levar para passear. Fora isso, não servem para nada”.

Juro que quase morri quando ouvi isso. Quantas crianças não foram criadas pelos seus avós e se tornaram pessoas honestas? Interessantemente, na mesma semana, no Globo Repórter, teve uma matéria sobre os Avós Pais, avós que criavam seus netos(todos com pais vivos e que por N motivos não podiam criar sozinhos seus filhos). Lógico que nessa altura eu já sabia que algo muito errado estava acontecendo, só não sabia exatamente o que era.

Lembro que numa das últimas vezes que ela falou isso, de que adoção só era escolhido quando as ‘vias normais’ não funcionavam, eu perguntei porque a adoção deveria ser vista como o último desejo de um moribundo. Porque só recorrer a adoção quando mais nada desse certo, como se a adoção fosse um “só sobrou isso”. Porque não optar pela adoção de primeira, e se for para ser, ter um filho biológico? Também lembro que, assim como todas as outras vezes, ela terminou com um “por hoje chega, vamos marcar outra entrevista”, com uma cara ainda mais fechada e sem ‘tchau’  de despedida...

Dentro desse período de entrevistas foi feita a visita na minha casa, e aí sim eu vi a assistente social, por poucos minutos... porque, como sempre, ela estava ocupada. E a visita, se podemos chamar uma ‘olhada’ de menos de 5 minutos de visita. Ela viu os quartos do meio do corredor, e a cozinha e a área de serviço do meio da sala. Fez comentários aleatórios sobre a localização do prédio, perguntou quanto eu gastava por mês com o Yagami, e foi embora.

Harumi Kawakubo

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Minha Mãe... minha inspiração...

Para aquela, em que eu mais me espelho... meu modelo... meu tudo...


Amor de mãe...


Embalou-me em seus braços

Aninhou-me em seu colo

Protegeu-me dos meus medos

Livrou-me do escuro

E me deu confiança


Alimentou-me de amor

Deu-me banho de vida

Cobriu-me de sonhos

Iluminou-me com seus olhos

E me deu segurança


Proibiu-me de deixar de sonhar

Ensinou-me a andar sobre a lua

Mostrou-me o caminho das flores

Livrou-me dos amargos sentimentos

E me deu esperança


Ouviu-me com seus ouvidos sempre atentos

Preocupou-se mais com meus problemas do que eu

Despertou-me para as belezas mais puras

Ensinou-me seus conselhos de mãe

E me fez a sua eterna criança


Incentivou-me a acreditar na bondade

Fez-me ser um ser melhor

Trouxe-me alegrias coloridas

Fez-me sua amiga filha

E me mostra todo dia seu amor de mãe


Por mim, desistiu de desistir

Para mim, cuida dos meus descuidos

Por mim, cria encantos em desencantos

Para mim, constrói pérolas em simplicidades


Simplesmente por ser mãe

Fez e faz,

O que ninguém mais

É capaz

(Patrícia Regina de Souza)

Harumi Kawakubo